Fazendo uma de minhas andanças desinteressadas por uma livraria de Recife, acabei encontrando o livro "Web 2.0 Heroes" da Digerati Books, que é uma compilação de algumas entrevistas realizadas por Bradley L. Jones com nomes relacionados a grandes empreendimentos da Web. A primeira delas foi feita a Max Mancini da eBay a qual irei comentar.
Os tópicos discutidos não deveriam - obviamente - estar distantes da evolução da Web, e as palavras chaves aqui são: mashups, interfaces web ricas e e-commerce social. A coisa mais interessante aos meus olhos foi a opinião de Mancini sobre o próximo passo, o que às vezes é denominado de Web 3.0. Para ele, a Web Semântica vai ter que dar a vez para um "ofuscamento das linhas entre o Desktop e a Web".
"A Adobe está pulando algo (...) a web não tem a ver com o navegador (...) apenas vivenciamos isso dessa forma hoje."Os exemplos que constatam esta afirmação vêm de dois lados: a guerra de plataformas para RIA; e a corrida para a criação e abertura de padrões para a criação de portais via Gadgets. Do primeiro lado estão tecnologias como o Adobe Flex and Air - que utiliza-se da vantagem de disseminação do Flash; JavaFX, que chegou mais tarde, mas tem uma comunidade fiel de desenvolvedores; e o Microsoft Silverlight que certamente buscará levar vantagem de sua plataforma unificada Windows+.Net! Estas certamente não são as únicas, mas são as soluções propostas por figurões da TI.
Na segunda face da moeda estão as plataformas que buscam avançar computador a dentro, objetivando a popularização de negócios e a facilitação de acesso aos mesmos pelos usuários. Os exemplos normalmente partem de redes sociais - um dos grandes trunfos da Web 2 - como Facebook, LinkedIn e Orkut/OpenSocial. Yahoo e Google são duas gigantes que vivem de clicks e que têm total interesse em ganhar o mercado dos Gadgets, que são pedaços de software focados em levar um serviço Web para o "momento-a-momento" dos milhões de usuários da Internet, infiltrar-se nas tarefas corriqueiras e estar lá para lembrar que o usuário "pode contar com tal serviço". Como dito anteriormente, RIA e Gadgets seriam os dois pontos de base para a idéia de um "Webtop".
Dentre outros pontos mais comuns abordados estão os problemas com a monetização e segurança na Web 2.0, questões estas que deverão ser postas em xeque com o aumento do número de negócios baseados nas inovações desta "nova Web". Um outro ponto é a ascensão do modelo de negócio denominado Software como Serviço (SaaS), que traça uma linha entre aqueles (normalmente) pequenos negócio que preferem investir em agilidade e as grandes corporações que preferem manter o controle sobre toda a pilha de soluções.
Para encerrar este rápido comentário sobre a entrevista, algumas citações de Mancini:
Sobre web-semântica
"Para a Web Semântica realmente acontecer, é preciso que haja uma mudança na habilidade e disposição das pessoas em ajudar a organizar as tags!"Sobre SaaS:
"É bem mais barato desenvolver coisas com uma API baseada em REST, mas a fase inicial é cara, embora não tanto quanto para o Desktop."Sobre Gadgets:
"Do meu ponto de vista, em cinco anos, o eBay será muito mais acerca do eBay espalhado na Web (Widgets, Desktop, TV Digital, Celulares) do que ser o eBay.com"Sobre a visão do negócio:
"A diferença não será investir muito dinheiro, mas sim a experiência do usuário, e quais informações você está combinando de maneira correta!"Leia Mais?